Em dezembro, a 17ª edição do Fest Aruanda, festival de cinema mais importante da Paraíba, premiou a realizadora audiovisual e jornalista, Iasmin Soares, na categoria de melhor Trabalho de Conclusão de Curso pelo documentário curta-metragem “Afluências”.

Em agosto, o projeto do filme já tinha sido selecionado para  finalização no laboratório de filmes do primeiro Festival de Cinema e Cultura Indígena (FeCCI), em Brasília. 

No FeCCI Lab, foram selecionados três curta-metragens de todo o Brasil para serem desenvolvidos, e  “Afluências”, dirigido por Iasmin Soares, foi um dos escolhidos. Foram quatro dias de mentoria presencial em Brasília, com quase 40 horas de atividades formativas e edição, com o apoio da Associação Cultural de Realizadores Indígenas (ASCURI) e do documentarista indígena Iván Molina. 

“Afluências” é um documentário que traz reflexões sobre a afetividade de mulheres indígenas em retomada e a colonialidade do poder através dos depoimentos de três entrevistadas, muita poesia e a metáfora da água.  A obra teve a produção, direção, edição e fotografia de Iasmin Soares.

A realizadora audiovisual viajou a Brasília em outubro para participar do laboratório do FeCCI, voltou para Paraíba com o documentário totalmente finalizado e pronto para ganhar os festivais e as telas. 

“O laboratório foi uma experiência maravilhosa. Aprendi muito com o pessoal e foi uma oportunidade única de levar um cinema independente, sem recursos nenhum para um lugar tão importante. “Afluências” é o meu primeiro filme, mas já fez história, só tenho gratidão”, detalhou Iasmin.

Dentro da programação presencial de 02 a 11 de dezembro, “Afluências” foi exibido no Cine Brasília, um dos principais cinemas do Brasil. De acordo com Iasmin Soares, que também é uma mulher indígena em retomada, “é uma alegria estar presente num festival de cinema tão importante, representando a força das mulheres indígenas, e levando um documentário que fala sobre um assunto tão necessário”, pontuou.

Em fala emocionada ao ganhar o prêmio, Iasmin falou do orgulho do reconhecimento e agradeceu às entrevistadas. “Eu estou aqui representando as mulheres indígenas. Maria Bárbara, Maria Lindinalva e Maria Helena, as entrevistadas, que guiaram todo o documentário. Paraíba terra indígena, Santa Rita Terra indígena, e de Santa Rita para o mundo”. 

Iasmin Soares é da cidade de Santa Rita (PB), mulher indígena em retomada, jornalista formada pela Universidade Federal da Paraíba, realizadora audiovisual, pesquisadora de afetividade e sexualidade de mulheres não brancas, produtora de conteúdo e apaixonada por contar histórias.