Nessa terça-feira, seguimos com uma programação focada na Mostra Paralela, com destaque para o filme “Adeus, Capitão”, de Vincent Carelli e Tatiana Almeida (Tita), em que o líder do povo Gavião conta sua biografia. Haverá debate com o realizador após a exibição.
Já a sessão da noite traz como tema o cinema etnográfico. Segundo Alessandro Campos, coordenador do Festival Internacional do Filme Etnográfico do Pará (FIFEP), o filme etnográfico conta uma história sobre um povo, sobre uma cultura.
Todas as atividades ocorrem no Cine Brasília.
* A Mostra Inclusiva que ocorreria hoje acontecerá no domingo (11/12).
14h – Mostra Paralela: “Adeus, Capitão” de Vincent Carelli
Hoje, abrimos a nossa exibição de filmes às 14h com a apresentação de “Adeus, Capitão” (Mostra Paralela), longa-metragem dirigido por Vincent Carelli, antropólogo, indigenista e documentarista franco-brasileiro.
Adeus, Capitão, de Vincent Carelli
2022, 175 min, Brasil, documentário. Direção de Vincent Carelli e Tatiana Almeida. Classificação Livre
O “Capitão” Krohokrenhum, líder do povo indígena Gavião, conta para suas netas a sua história. Das guerras de “índio bravo” ao contato com o “homem branco”, da hecatombe do contágio ao fim do mundo Gavião, Krohokrenhum conduz um movimento de reconstrução da memória de seu povo – acompanhado pela câmera de Vincent Carelli desde as primeiras VHS. Finalizado após a partida do Capitão, o filme é a devolução póstuma destes registros. Krohokrenhum deixa sua sombra e conduz, em canto solo, as novas gerações.
17h – Roda de conversa
Após a exibição do filme “Adeus, Capitão”, haverá um bate papo entre o diretor do filme, Vincent Carelli, antropólogo, indigenista e documentarista franco-brasileiro e Takumã Kuikuro, diretor-geral e idealizador do FeCCI.
A mediação será realizada por Alessandro Campos, coordenador do Festival Internacional do Filme Etnográfico do Pará (FIFEP) e diretor do filme “Katu – Somos Ka’apor”, que será exibido hoje às 20h. Não perca!
20hs – Mostra Paralela
Orê Payayá, de Edilene Payayá, Sarah Goes da Silva e Alejandro Zywica
2022, 12 min, Brasil, documentário. Direção de Edilene Payayá, Sarah Goes da Silva e Alejandro Zywica. Classificação Livre
Nossa noite de filmes começa com a exibição de “Orê Payayá”, filme finalizado no FeCCI Lab, nosso laboratório de projetos audiovisuais.
O documentário conta a história do povo Payayá, desde suas origens ancestrais até o seu presente de lutas e desafios, passando pelos tempos da diáspora. Os Payayá, originários do interior da Bahia, foram considerados extintos durante séculos e a sua história foi esquecida e desprezada pela versão oficial da história, contada pelos colonizadores. Porém os descendentes desse bravo povo guerreiro lutam pela afirmação da sua identidade e a retomada dos seus princípios étnicos. Havendo reconquistado de forma pacífica parte do antigo território nas imediações da Cabeceira do Rio Utinga, o povo Payayá vive determinado na luta para subsistir como tal, unido pela cultura ancestral, buscando valorizar os recursos naturais e a vida na Chapada Diamantina e no planeta Terra.
“Katu – Somos Ka’apor”, de Alessandro Campos
2019, 51 min, Brasil, documentário. Direção de Alessandro Campos. Classificação Livre
O último filme confirmado de hoje é “Katu – Somos Ka’apor”, de Alessandro Campos, coordenador do Festival Internacional do Filme Etnográfico do Pará (FIFEP), que estará presente no Cine Brasília para a roda de conversa “Filmes Etnográficos: direção e produção em aldeias indígenas” que acontecerá após o filme.
O filme foi realizado a partir do pedido de lideranças Ka’apor da aldeia Axinguirendá, T.I. Alto Turiaçu situada no Estado do Maranhão, que se organizam para fazer seu próprio filme. O desejo surge após assistirem imagens de seus antepassados, feitas em 1949 por Heinz Forthmann e Darcy Ribeiro, além de produções realizadas por cineastas indígenas durante várias noites na ohú da aldeia (casa comunal). Acionados pelo poder do audiovisual, decidem mostrar – ao mesmo tempo revitalizar – sua cultura e se fazer conhecer da mesma forma que seus outros parentes fizeram nos filmes.
21h – Roda de conversa “Filmes Etnográficos: direção e produção em aldeias indígenas”
Para fechar a noite, teremos a roda de conversa “Filmes Etnográficos: direção e produção em aldeias indígenas”.
Participantes: Alessandro Campos, coordenador do Festival Internacional do Filme Etnográfico do Pará (FIFEP) e diretor do filme “Katu – Somos Ka’apor”; Armando Lacerda, diretor do filme “A Serra do Roncador”, vencedor do prêmio Jean Rouch de melhor filme etnográfico no IV FIFEP; e Fernanda Gaia, organizadora do FIFEP.
Mediação: Taily Terena.
Taily é mulher Indígena do povo Terena, Defensora da Terra, antropóloga e ativista no movimento indígena. Faz parte do Comitê Intertribal-ITC, do Enlace Continuental de mulheres Indígenas das Américas – ECMIA, onde atua com questões de gênero, juventude e mudanças climáticas. E colabora com o coletivo de jovens Terena, Inamatí Xane Terenoe.