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Confira a programação do dia 05/12

Em nosso 4º dia de festival, seguimos com uma programação incrível de filmes, apresentações culturais e atividades formativas. Todas as atividades ocorrem no Cine Brasília. 

 

Além disso, hoje começa nossa Mostra Inclusiva que ocorrerá nos dias 05, 06, 07 e 08 de dezembro às 10h, com a exibição de quatro filmes com recursos de acessibilidade, são eles: legendagem para surdos e ensurdecidos, audiodescrição e janela de Libras. 

 

*Devido ao jogo do Brasil X Coreia do Sul não haverá programação à tarde.

10h – Mostra Inclusiva com exibição dos filmes:

 

“Ãgawaraitá: Nancy”, de Priscila Tapajowara

Foi através do seu primeiro encontro com a Encantada Nancy, que o pajé Nató Tupinambá começou a entender sobre o seu dom de cura e a conexão com os seres sagrados da floresta e dos rios.

 

“NIWE BAI ~ caminhos do vento”, de Lucas Canavarro e Nana Orlandi

O filme aborda a pluralidade das cosmopercepções da música para os povos originários, a partir da perspectiva de diversos artistas e pensadores indígenas e não-indígenas.

 

“Nossos Espíritos Seguem Chegando – Nhe’ẽ kuery jogueru teri”, de Kuaray Poty (Ariel Ortega) e Bruno Huyer.

2021, 15 min, documentário, Ariel Ortega (Kuaray Poty), Classificação Livre

Na Tekoa Ko’ẽju, Pará Yxapy, indígena Mbya Guarani, dedica os primeiros cuidados a seu filho ainda no ventre e reflete, junto com seus parentes, sobre os sentidos de sua gravidez em meio a pandemia de COVID-19 no Brasil.

 

“Ga vī: a voz do barro”, de Tela Indígena, Comin e Coletivo Juventude Indígena Nēn G

2021, 11 min, documentário,Tela Indígena, Comin e Coletivo Juventude Indígena Nēn G, Classificação Livre

A animação que conta histórias Kaingang sobre a tradição da cerâmica, barro, território e ancestralidade, é produzida a partir do encontro de saberes de mulheres Kaingang na Terra Indígena Apucaraninha, localizada no norte do Paraná.

 

20h – Mostra paralela 

Elas – as mulheres Krikati: Carlos Magalhães 

 

2022, 19 min, documentário, Carlos Magalhães, Classificação Livre

 

Um canto ecoa pelo cerrado maranhense em uma noite de luar e fogueira, a ancestralidade dessa voz, traz a força das guerreiras que dizem que o agora é delas, das Mulheres Krikati.

Experiência Indígena Pngati Guarani Kaiowá: Michele Kayowá

 

2022, 12 min, documentário, Michele Kayowá, Classificação Livre

 

Parte de um projeto para a documentação de ações de proteção e uso sustentável dos recursos naturais das terras indígenas, o filme retrata a experiência de uma comunidade guarani-kaiowá no enfrentamento a doenças e à pandemia de Covid-19, com o auxílio de rezas, ervas e plantas tradicionais do território.

Autodemarcação Já! – Coletivo audiovisual Daje Kapap Eypi

 

2022, 8 min, documentário, coletivo Daje Kapap Eypi, Classificação Livre

 

Guiado pela força ancestral de Karo Sakaybu, o maior guerreiro e criador do rio Tapajós, e do povo Munduruku, o cacique Juarez denuncia as ameaças de vida pelas invasões de madeireiros e garimpeiros no território Sawré Muybu, ao mesmo tempo que une o seu povo na luta pela demarcação do território. As mulheres Munduruku são uma das principais forças nesta luta e encaram com coragem seus inimigos seja no território, nas ruas ou no Congresso. A autodemarcação passa a ser o único caminho, após a terra indígena ser reconhecida, mas não haver nenhuma ação do governo para demarcar ou coibir as invasões. “Porque nós não demarcarmos, já que a terra é nossa?”. A autodemarcação é cheia de desafios e confrontos, mas as guerreiras Munduruku estão na frente desta luta e expulsam seus invasores com coragem e resistência. Sawé!

 

21h – Roda de conversa: Demarcando terras  e telas

 

Participantes: Coletivo Audiovisual Dajhe Kapap Eypi (Aldira Akai Munduruku, Beka Saw Munduruku, Rilcelia Akay Munduruku, Aldira Akai Munduruku). 

 

Participação Especial da mesa de hoje:

Davi Kopenawa e Joenia Wapichana

MEDIAÇÃO: Maial Kaiapó

 

Sobre o coletivo: Nós, o Coletivo Audiovisual Daje Kapap Eypi, somos jovens mulheres indígenas do povo Munduruku, realizadoras de filmes, áudios e vídeos que têm por objetivo registrar e divulgar as constantes invasões por madeireiros e garimpeiros ilegais em nosso território, TI Sawré Muybu, localizado às margens do rio Tapajós, Pará. O coletivo é chamado “Daje Kapap Eypi”, que significa “a passagem dos porcos”, por ser uma alusão a um lugar sagrado para o povo Munduruku. O nosso trabalho, portanto, tem o objetivo duplo de defender a nossa terra e de garantir a sobrevivência de nossos valores ancestrais, para a nossa geração e para os que ainda não nasceram.

 

Davi Kopenawa

Davi Kopenawa é presidente da Hutukara Associação Yanomami, onde atua como ativista na defesa dos povos indígenas e da floresta amazônica. Ele é considerado uma das lideranças intelectuais, políticas e espirituais no panorama contemporâneo de defesa dos povos originários, do meio ambiente, da diversidade cultural e dos direitos humanos, com reconhecimento nacional e internacional. Davi recebeu vários prêmios internacionais, como o ONU Global 500, em 1988, a Ordem de Rio Branco pelo governo brasileiro, em 1999 e o Prêmio Itaú Cultural, em 2017. Em dezembro de 2020, foi eleito membro colaborador da Academia Brasileira de Ciências. Em setembro de 2022, foi agraciado com o título de Doutor Honoris Causa pela Universidade Federal de Roraima. Em coautoria com o antropólogo francês Bruce Albert, escreveu a obra “A queda do céu – palavras de um xamã yanomami” em 2010.


Joênia Wapichana 


Natural da comunidade indígena Truaru da Cabeceira, região do Murupu em Boa Vista, RR. Deputada Federal pelo estado de Roraima.  Formada em direito pela Universidade Federal de Roraima (UFRR), Joênia Wapichana teve o início da sua carreira pautada em prol da defesa dos direitos dos povos indígenas no Brasil, assim como na defesa do meio ambiente e da sustentabilidade. Foi a favor da defesa e da demarcação do território indígena Raposa Serra do Sol em 2008, sendo a primeira pessoa indígena a poder falar diretamente, e do alto do púlpito, com os ministros do Supremo Tribunal Federal, fazendo uma sustentação oral, representando seu povo. Foi e é atualmente ativista e defensora dos indígenas na Amazônia brasileira, além de ter feito sua especialização na Universidade do Arizona, nos Estados Unidos, em 2011.