O sábado (03) conta com uma programação com exibição de filmes, rodas de conversas com cineastas convidados, filme VR e feira de artesanato. Tudo acontece no espaço do Cine Brasília, na Asa Sul.
10h – Masterclass – “Pós-produção” com Lula Barragué
Participante: Lula Barragué, diretor de operações da O2 Pós e supervisor de pós-produção na O2 Filmes
Mediação: Kiki Kaiowá
12h – Roda de Conversa – “A Febre da Mata – da ideia às telas”
Participantes: Takumã Kuikuro, diretor; e Nathalia Scarton, roteirista e produtora executiva do filme Febre na Mata.
Mediação: Kiki Kaiowá
14h às 22h – Exibição do filme em realidade virtual “Amazônia Viva”
(Brasil, 2022, 9 min, documentário VR, Estevão Ciavatta e Raquel Tupinambá, Classificação Indicativa: Livre)
Local: foyer do Cine Brasília
O filme em realidade virtual “Amazônia Viva” é uma experiência imersiva pela região do Rio Tapajós, que utiliza filmagens em 360º para desvendar um dos lugares mais importantes do planeta e, assim, aproximá-la cada vez mais das pessoas. A cacica Raquel Tupinambá – da comunidade de Surucuá, guia o espectador durante a viagem virtual totalmente interativa por um dos biomas mais importantes, bonitos e, infelizmente, ameaçados pela ação do homem. Durante o trajeto, o público terá a sensação de estar fisicamente na região; sentirá toda a energia ao ver as belezas e também ouvir os sons da floresta – o nascer do sol, o cantar dos pássaros, o balançar das folhas, o movimento das águas do rio – e desfrutará realmente de todas as sensações que uma experiência 3D pode proporcionar.
14h – Filme “Os espíritos só entendem o nosso idioma” (Mostra Paralela).
(Brasil, 2019, 5 min, documentário, Cileuza Jemjusi, Robert Tamuxi e Valdeilson Jolasi, Indígena, Manoki, Classificação Indicativa: Livre)
Trailer: Trailer: Os espíritos só entendem o nosso idioma
Apenas seis anciões da população Manoki na Amazônia brasileira ainda falam o idioma indígena, um risco iminente de perderem o meio pelo qual se comunicam com seus espíritos. Apesar deste ser um assunto difícil, os mais jovens decidem narrar em imagens e palavras a sua versão dessa longa história de relações com os não indígenas, falando sobre as suas dores, desafios e desejos. Apesar de todas dificuldades do contexto atual, a luta e a esperança ecoam em várias dimensões do curta-metragem, indicando que “a língua manoki viverá!”
14h – Filme “Segredos do Putumayo” (Mostra Convidados).
(Brasil, 2020, 83 min, Documentário, Aurélio Michelis, Uitoto, Bora, Okaina e Muinane, Classificação Indicativa: 14 anos)
Trailer: SEGREDOS DO PUTUMAYO | Teaser Trailer | 1º de setembro nos cinemas
Em 1910, Roger Casement, cônsul britânico no Rio de Janeiro, empreendeu uma investigação sobre as denúncias de crimes contra comunidades indígenas cometidos pela empresa britânica Peruvian Amazon Company. Baseado em seu diário perturbador, o documentário traça a imagem angustiante descoberta por Casement de um sistema industrial-extrativo respaldado por assassinatos e trabalho escravo no meio da selva amazônica.
16h – Filme “Amazônia, A Nova Minamata?” (Mostra Convidados).
(Brasil, 2022, 70 min, Documentário, Jorge Bodansky, Munduruku, Classificação Indicativa: 10 anos)
Trailer: https://vimeo.com/762463094
Lideranças Munduruku, como Alessandra Korap, percebendo que há algo errado com a saúde de seu povo, convidam médicos e pesquisadores para investigar se eles estão contaminados por mercúrio. O neurologista Erik Jennings e pesquisadores da Fiocruz fazem um diagnóstico e revelam os altos índices de contaminação por este metal pesado, tradicionalmente associado à atividade garimpeira de ouro e à destruição da floresta. Mas os médicos enfrentam resistência dos garimpeiros e até do governo brasileiro para poder apresentar os resultados aos Mundurukus. A história de Minamata, no Japão, foi marcada pela população que sofreu sequelas seríssimas no sistema nervoso central, levando muitos à morte e à geração de crianças com má formação congênita. Uma mensagem de luta e esperança é enviada do Japão para a população amazônica. Alessandra e as lideranças Mundurukus enfrentam as ameaças dos garimpeiros, incluindo outros indígenas, e se organizam para combater as fontes dessa contaminação, garantir a saúde de seus filhos e preservar a floresta.
17h30 – Roda de conversa “Amazônia, ontem, hoje e até quando?”
Participantes: Takumã Kuikuro, Fernando Meirelles, Aurélio Michelis, Jorge Bodansky, Sidney Possuelo e Asheley Pankararu
Mediação: Taily Terena
20h – Filme “Kamukuwaká: Território Sagrado” (Mostra Paralela).
(Brasil, 2022, 15 min, Documentário, Piratá Waurá, Classificação Indicativa: livre)
A história da luta do povo Wauja com o lugar sagrado Kamukuwaká. Segundo a cosmologia do povo Wauja ou Waurá, esta gruta seria lar do ancestral guerreiro Kamukuwaká, que ali teria se defendido dos ataques do inimigo, o Kamo, que invejava a sua beleza e a sua força, transformando a sua casa em pedra, tentando atacá-lo; mas com a ajuda de pássaros foi aberto um buraco no teto rochoso, e assim Kamukuwaká e seus familiares conseguiram escapar para o céu, livrando-se da emboscada. A luta histórica desse povo para preservar a caverna começou há 40 anos, quando foi demarcado o Território Indígena do Xingu (TIX) no ano de 1961. Na qual nesse momento, por engano, o governo brasileiro não demarcou a Gruta de Kamukuwaká, ficando fora do TIX. A luta continuou até que um dia conseguiu um tombamento. Mesmo tombada, a gruta foi invadida, com pessoas que fazem pescaria ilegal, jogando lixo no rio para ser, finalmente, vandalizada no ano 2018 causando uma tristeza ao povo Wauja, que hoje a luta continuando para demarcar o território.
20h – Filme “A Serra do Roncador ao Poente” (Mostra Convidados).
Brasil, 2022, 63 min, Documentário, Armando Lacerda, Classificação Indicativa: 12 anos).
A Serra do Roncador ao Poente narra o mito original dos índios Xavante que habitam o centro-oeste do Brasil. O protagonista é Diogo Juruna que nos conduz por sítios onde registros rupestres dos clãs Xavante resistem na atualidade. As pinturas materializam os espíritos que defendem quando a “civilização” se volta, outra vez, contra eles e as suas terras. O comovente episódio da morte do coronel Pimentel Barbosa, ocorrido em 1941, é contado pelos Xavante. A língua e a terra consolidam a importância da cultura e a postura guerreira dos rituais de coragem e firmeza.
21h20 – Roda de conversa “Territórios Sagrados”
Participantes: Armando Lacerda, Keka Kaiapó, Diogo Juruna e Cacica Tanoné.
Mediador: Kiki Kaiowá