Accessibility Tools

'Como você cuida da sua aldeia?' FeCCI projeta cinema como flecha indígena

Julie Dorrico, escritora e pesquisadora do povo Macuxi, sobre o FeCCI 2022 e a importância de demarcar as telas em sua coluna no ECOA UOL:

 

O FeCCI é o primeiro Festival de Cinema e Cultura Indígena idealizado pelo diretor de cinema Takumã Kuikuro. É realizado em duas modalidades, presencial e online, com programação gratuita, em duas datas, em setembro nos dias 17 e 18 no Território Indígena do Xingu e 02 a 11 de dezembro em Brasília, DF, Cine Brasília.

 

O tema do Festival “Como você cuida da sua aldeia?” convida ao panorama de produções audiovisuais e artísticas de realizadores indígenas de todo o (pluri)país. Composto pela Mostra Competitiva, a Mostra Paralela, além de sessões online, busca-se exibir filmes de direção e temática indígena com vistas a “contribuir para a difusão de filmes e da cultura dos povos originários do Brasil”.

 

A Mostra Paralela é realizada por meio da indicação das curadoras do Festival, e engloba produções audiovisuais de direção e realização não indígena. A Mostra Competitiva, por sua vez, é exclusiva para filmes de realizadores indígenas. A seleção ocorre entre 25 de setembro e 10 de outubro, com previsão das inscrições iniciarem na data de 05 de setembro.

 

Como atividade alternativa e de incentivo à finalização dos filmes, o FeCCI Lab, também terá em sua programação o laboratório de finalização de projetos audiovisuais em curta-metragem com a consultoria da Associação Cultural dos Realizadores Indígenas (ASCURI). Ainda, Masterclass, aula magna com um grande nome do audiovisual, ainda não revelado, roda de conversa sobre cinemas e realidades plurais, entre outros. 

 

Sonhado por Takumã Kuikuro, um dos expoentes do cinema indígena de sua geração, o FeCCI busca profissionalizar a atuação de parentes por via do reconhecimento dos realizadores cinematográficos com premiação, encontros e a formação de novos públicos. 

 

O Festival conta com a identidade visual de Aislan Pankararu, que é artista visual e médico, natural de Pernambuco. A arte inédita do artista foi aplicada digitalmente nos materiais visuais do FeCCI para circulação e divulgação dos materiais de comunicação. Para acompanhar a entrevista sobre esse processo criativo de Aislan, clique aqui: https://fecci.com.br/entrevista-aislan-pankararu/.

 

Esta primeira edição é idealizada e organizada por Takumã Kuikuro em parceria com um grupo de mulheres produtoras de cultura, A Terrestre, que conseguiram juntos cooptar subsídios do Fundo de Apoio à Cultura do Distrito Federal.

 

O audiovisual e o cinema indígena têm sido uma flecha por meio da câmera na sociedade não indígena. Os realizadores indígenas de todo o (pluri)país lançam corpos e cenas indígenas pertencentes às suas culturas, a partir de seus sonhos e formas de dar sentido ao mundo. Demarcando as telas do cinema, os indígenas, tal como na luta política, lutam por um território cinematográfico onde possam fazer parte e ter suas vidas respeitadas. 

 

Para mais informações acesse o site do FeCCI: https://fecci.com.br 

 

Instagram: https://www.instagram.com/fecci2022/

 

Fonte: coluna reproduzida da ECOA UOL. #cinemaindígena