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05/12 - Roda de conversa traz o coletivo audiovisual das jovens Munduruku em conversa com Davi Kopenawa, Joênia Wapichana e Maial Kaiapó

Nesta segunda-feira (5/12), às 21hs, após a exibição de filmes da Mostra Paralela, o Festival de Cinema e Cultura Indígena realiza a roda de conversa  “Demarcando terras e telas”, com a participação do Coletivo Audiovisual Dajhe Kapap Eypi, formada pelas jovens realizadoras Aldira Akai Munduruku, Beka Saw Munduruku, Rilcelia Akay Munduruku e Aldira Akai Munduruku, da Terra Indígena Sawré Muybu, no sudoeste do Pará. 


As realizadoras vão debater as temáticas do curta-metragem “Demarcação Já”. No documentário,  guiado pela força ancestral de Karo Sakaybu, o maior guerreiro e criador do rio Tapajós, e do povo Munduruku, o cacique Juarez denuncia as ameaças de vida pelas invasões de madeireiros e garimpeiros no território Sawré Muybu, ao mesmo tempo que une o seu povo na luta pela demarcação do território. 


São convidados especiais da roda de conversa Davi Kopenawa, xamã e líder político do povo Yanomami, Joenia Wapichana, advogada e deputada federal, e  Maial Kayapó, advogada e ativista Kayapó-Mẽbêngôkre.


Serviço


Roda de conversa “Demarcando terras e telas”  


20h – Mostra Paralela 


21h – Roda de conversa com o Coletivo Audiovisual Daje Kapap Eyp, mediação de Maial Kayapó e participação especial de Davi Kopenawa e Joênia Wapichana. 


Local: Cine Brasília, Brasília/DF


Sobre o coletivo: 


Nós, o Coletivo Audiovisual Daje Kapap Eypi, somos jovens mulheres indígenas do povo Munduruku, realizadoras de filmes, áudios e vídeos que têm por objetivo registrar e divulgar as constantes invasões por madeireiros e garimpeiros ilegais em nosso território, TI Sawré Muybu, localizado às margens do rio Tapajós, Pará. O coletivo é chamado “Daje Kapap Eypi”, que significa “a passagem dos porcos”, por ser uma alusão a um lugar sagrado para o povo Munduruku. O nosso trabalho, portanto, tem o objetivo duplo de defender a nossa terra e de garantir a sobrevivência de nossos valores ancestrais, para a nossa geração e para os que ainda não nasceram.


Maial Paiakan


Jovem liderança, mulher e ativista Kayapó-Mẽbêngôkre. Filha de Paulinho Paiakan, lendária liderança indígena Kayapó que ficou conhecido por lutar pela inclusão dos direitos indígenas na Constituição Federal de 1988 e pela demarcação da Terra Indígena Kayapó. Maial é bacharel em Direito, sendo a primeira mulher Mẽbêngôkre a concluir uma graduação. Profissionalmente, atuou na defesa dos direitos dos povos indígenas na FUNAI, SESAI e na Câmara dos Deputados. Hoje, é mestranda em Direito pela Universidade Federal do Pará.


Davi Kopenawa


Davi Kopenawa é presidente da Hutukara Associação Yanomami, onde atua como ativista na defesa dos povos indígenas e da floresta amazônica. Ele é considerado uma das lideranças intelectuais, políticas e espirituais no panorama contemporâneo de defesa dos povos originários, do meio ambiente, da diversidade cultural e dos direitos humanos, com reconhecimento nacional e internacional. Davi recebeu vários prêmios internacionais, como o ONU Global 500, em 1988, a Ordem de Rio Branco pelo governo brasileiro, em 1999 e o Prêmio Itaú Cultural, em 2017. Em dezembro de 2020, foi eleito membro colaborador da Academia Brasileira de Ciências. Em setembro de 2022, foi agraciado com o título de Doutor Honoris Causa pela Universidade Federal de Roraima. Em coautoria com o antropólogo francês Bruce Albert, escreveu a obra “A queda do céu – palavras de um xamã yanomami” em 2010.


Joênia Wapichana 


Natural da comunidade indígena Truaru da Cabeceira, região do Murupu em Boa Vista, RR. Deputada Federal pelo estado de Roraima.  Formada em direito pela Universidade Federal de Roraima (UFRR), Joênia Wapichana teve o início da sua carreira pautada em prol da defesa dos direitos dos povos indígenas no Brasil, assim como na defesa do meio ambiente e da sustentabilidade. Foi a favor da defesa e da demarcação do território indígena Raposa Serra do Sol em 2008, sendo a primeira pessoa indígena a poder falar diretamente, e do alto do púlpito, com os ministros do Supremo Tribunal Federal, fazendo uma sustentação oral, representando seu povo. Foi e é atualmente ativista e defensora dos indígenas na Amazônia brasileira, além de ter feito sua especialização na Universidade do Arizona, nos Estados Unidos, em 2011.